quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Senado uruguaio aprova a Lei da Maconha



Por 16 votos a favor e 13 contra, o Senado uruguaio aprovou a chamada Lei da Maconha. A partir desta quarta-feira (11/12), o pequeno país sul-americano será o primeiro do mundo a legalizar e regulamentar a produção, venda e o consumo da marijuana.

Antes mesmo de a votação terminar, defensores da lei marcharam até o Congresso para festejar. No Uruguai, o consumo de maconha (ou de qualquer outra droga) não é considerado crime há 40 anos, mas era proibido comprar e vender os produtos. A nova lei pretende acabar com essa contradição e buscar uma alternativa à guerra contra as drogas. Estima-se que 28 mil uruguaios (5% da população entre 15 e 65 anos) fumam um cigarro de maconha por dia. Comparado com outros países, é um mercado pequeno - mas move US$ 40 milhões ao ano e tem crescido, apesar das políticas de combate ao narcotráfico. O presidente do Uruguai, Jose Pepe Mujica, quer que o Estado regule o comércio e uso dessa droga a quarta mais consumida no país, depois de bebidas alcoolicas, cigarros e remédios psiquiátricos. Pelo menos a metade dos uruguaios, no entanto, segundo as pesquisas de opinião, acha que a nova política não vai funcionar e que pode inclusive facilitar a vida dos narcotraficantes.

Pela nova lei que deve levar cerca de 120 dias para ser regulamentada e colocada em prática o governo vai distribuir licenças para o cultivo de até 40 hectares de marijuana, que será usada em pesquisas científicas, na indústria e para consumo recreativo. Os consumidores (residentes uruguaios maiores de 18 anos e devidamente registrados) terão direito a comprar até 40 gramas por mês nas farmácias, a preços inferiores aos do mercado negro. E quem quiser pode plantar até seis pés de maconha em casa sempre e quando forem declarados. Os críticos da lei dizem que o governo não tem como controlar o cultivo doméstico ou impedir que um consumidor uruguaio compre a droga na farmácia para revendê-la no mercado negro. Os defensores da lei argumentam que a guerra contra as drogas, implementada durante as últimas décadas, fracassou no Uruguai e em outros países.

Em 2016, a Organização das Nações Unidas vai rever as políticas de combate ao narcotráfico e seus resultados. Segundo Diego Pieri, que fez campanha pela aprovação da lei uruguaia, nos últimos anos mais países e até estados norte-americanos têm buscado alternativas para regular o mercado em vez de tentar destruí-lo com armas. Os ventos estão mudando, mas vai levar tempo convencer outros países a mudar de estratégia, disse Pieri, em entrevista à Agência Brasil. Por isso mesmo, o presidente Mujica pediu apoio internacional à sua iniciativa.

FONTE: Agência Brasil

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

No chão da Praça

Poema a Maria Esther



A dor de Maria

Naquela praça, 
de mãos dadas,
não estava ela,
estava  outra,
brincando
com o coração 
de Maria.

Ah! amor juvenil,
cheio de esperança
tão cedo fugiu...

Pobre Maria!

O que havia 
de mais sublime 
desprendeu-se 
da alma,
naquele instante 
de inusitada visão. 

Seu coração
estraçalhado
para sempre,
ficou no chão, 
daquela praça...

E a pobre
Maria, 
quando pode
volta à praça
para rever
a dor 
no exato local, 
de exato espanto,
em que seu amor,
despedaçado
tombou, 
para sempre.

Só a dor restou.

Pobre Maria,
qual árvore 
desfolhada, 
procura restos, 
de ilusão,
um pedaço qualquer de fantasia,
pelo chão 
daquela praça,
em que a ilusão,
do falso amor, 
João,
que era da outra,
tão cedo matou!

Era apenas 
o primeiro
amor 
que logo morreu,
                                                         na juventude em flor.



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segunda-feira, 11 de março de 2013

VERDADE para ADICTOS, por Dr. Laís Marques da Silva



Os mitos são um modo muito rico de abordar aspectos complexos e multidimensionais da natureza humana. O mito de Orestes mostra claramente a necessidade e a importância da verdade, da verdade completa e não da meia verdade, que ainda é uma mentira, para se poder desfrutar de boa saúde mental.

O Mito de Orestes
Orestes era filho de Agamenon e de Clitemnestra. Com a Guerra de Tróia, houve o longo afastamento do lar por parte de Agamenon. Clitemnestra havia sofrido um trauma intenso com o sacrifício de Ifigênia, quando da partida da esquadra para Tróia. Estando Agamenon ausente, Clitemnestra se junta ao amante, Egisto, e os amantes assassinam Agamenon quando do seu regresso à pátria. Orestes fica, então, com um terrível e insolúvel dilema: a maior obrigação de um jovem grego era vingar o pai assassinado e a pior coisa que um jovem grego poderia fazer era assassinar a sua mãe. Orestes matou a mãe e o amante e foi penalizado pelos deuses do Olimpo com as Fúrias, que eram 3 Hárpias, que continuamente o rodeavam e tagarelavam no seu ouvido, causando-lhe alucinações e levando-o à loucura. Orestes corre mundo mas, sendo sempre perseguido, pediu um novo julgamento aos deuses para que a sua pena fosse aliviada. O deus Apolo fez a defesa de Orestes e disse no julgamento que todo o fiasco não era senão a culpa dos próprios deuses que não deram a Orestes nenhuma melhor escolha e que, assim, ele não poderia ser considerado culpado. Os deuses concordaram, mas Orestes se levantou e, opondo-se a Apolo, disse que tinha sido ele mesmo quem havia matado a mãe e não os deuses e por isso era culpado. Nunca, antes, ninguém tinha sido tão verdadeiro a ponto de, tendo sido passada a culpa aos deuses, afirmar que a culpa era realmente sua. Em razão deste fato, os deuses resolveram suspender a pena de Orestes e as Fúrias foram substituídas pelas Eumênides, cujo nome significa portadoras da Graça. Não eram mais vozes tagarelantes, irritantes e negativas, mas sim vozes de sabedoria.

Este mito mostra a transformação da doença mental em extraordinária saúde e a verdade é o preço de tão maravilhosa transformação.

O grupo de A.A. é o local de encontro com a verdade. A verdade tem vitalidade, tem vida própria, do mesmo modo que a unidade tem poder.

A freqüência aos grupos é indispensável. Notamos que muitas pessoas esquecem os princípios, que não os aprendem bem ou os aplicam de modo deficientemente de modo que não são transformados em hábitos regulares e formas de pensamento habituais. Ao longo do tempo, perdem a motivação e a inspiração e param de tentar. A motivação é como o fogo; as chamas se apagarão se o fogo não for alimentado.

A verdade de quem escuta ajuda a quem faz o depoimento a encontrar a sua verdade, fundamento da recuperação.

A qualidade de ser alcoólico. Essa é a característica que permite que quem escuta um depoimento seja capaz de compreender, de aceitar o que é relatado, de não julgar. 

Coragem por parte do companheiro e compreensão por parte dos membros do grupo são essências para uma perfeita comunicação.

Um depoimento enriquecedor só é possível num ambiente sentido como sendo seguro, isto é, em que haja compreensão, não censura, não julgamento, nenhum comentário posterior. Mas em que haja empatia e a experiência prévia dos seus membros não os leve a se escandalizar.

Não importa como chegamos ao Programa de Recuperação, de crescimento espiritual. A verdade é que ele sempre esteve aqui, esperando por nós.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Quem ama confia - Psiquê



A jovem princesa Psiquê era tao bela que com sua beleza ameaçava roubar os adoradores de Vénus. A deusa, indignada, mandou que seu filho Cupido a flechasse com um augúrio: Psiquê se apaixonaria pela mais horripilante criatura da Terra.

Enquanto Psiquê dormia, Cupido entrou em seu quarto - mas perturbado com sua beleza não pode atingi-la, e acabou ferido pela ponta de uma de suas flechas. O tempo passou, as irmas de Psiquê se casavam e ela vivia solitária. Seus pais, preocupados, buscam providencias com o oráculo, que sentencia: a jovem esta destinada a viver com um monstro e deve ser deixada ao pé de uma colina.

Ela é levada por Zéfiro até um bosque exuberante e ali adormece. Ao acordar, Psiquê passeia e encontra uma fonte de águas cristalinas as bordas de um palácio de ouro. La dentro uma voz anônima dizia que esta era sua nova casa - ali ela era rainha. Em seus aposentos encontrou vestes finas e ricos objetos. Arrumou-se e foi até o salão principal. Esperava-a uma mesa farta de vinhos e iguarias maravilhosas. Ela se banqueteou sozinha.

De volta ao quarto, em total escuridão, Psiquê se deitou com o marido. Viveram uma noite de prazeres. Ela se apaixonou por ele mesmo sem conhecer suas formas. Meses depois, pediu ao esposo que trouxesse suas irmãs - tinha saudades e queria que todos soubessem de sua felicidade. Trazidas por Zéfiro, suas irmãs - enciumadas - envenenam sua alma.

Elas a convencem a desvendar o mistério e atormentado, Psiquê se arma de uma faca e entra no quarto enquanto o marido dormia. Ele estava coberto por um tecido fino, e quando lhe retira o véu Psiquê se estarrece com sua beleza - era delicado como um anjo e tinha asas. Ela estremece e deixa cair da lamparina um pouco de óleo sobre o peito de Cupido. Ferido, o jovem Deus desperta indignado: havia sido traído. “Quem ama confia" - ele diz. Agora, Psiquê deveria voltar para sua família.

Inconformada, Psiquê passa a vagar sem sossego. Aconselhada pela deusa Ceres, desolada, ela procura Vénus para pedir perdão, mas a deusa está furiosa pela dor do filho. E diz que só a ouvirá depois que Psiquê separar todos os cereais desarrumados no celeiro.

É um trabalho impossível, e ela começa a chorar - mas Cupido envia ao celeiro todas as formigas do mundo para separar os grãos. A noite os cereais estão arrumados. Vênus então ordenou que Psiquê atravessasse o rio e lhe trouxesse a rara lã das ovelhas ferozes do vale. Ajudada por Rio-Deus, ela colhe apenas a lã deixada, pelas ovelhas, presa nos galhos.

Mas Vénus esta ainda furiosa - e ordena que Psiquê lhe traga a caixa da beleza de Prosérpina, que habita os internos. Psiquê se descia - mas uma voz a orienta, lhe indica caminhos e adverte: não deveria jamais abrir a caixa. Psiquê vence monstros, ilude deuses e consegue que Prosérpina lhe de a beleza que pede Vénus. Mas não vence a curiosidade e ao abrir a caixa, é coberta pelo sono da morte. Cupido a salva com uma de suas amorosas flechas - e a repreende mais uma vez. Depois, implora a Júpiter que transforme a amada em deusa - é a única maneira de Vénus deixa-la em paz. Cupido e Psiquê então se amaram ternamente. De seu amor nasceu uma filha - que se chamou Prazer.
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