terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Quem ama confia - Psiquê



A jovem princesa Psiquê era tao bela que com sua beleza ameaçava roubar os adoradores de Vénus. A deusa, indignada, mandou que seu filho Cupido a flechasse com um augúrio: Psiquê se apaixonaria pela mais horripilante criatura da Terra.

Enquanto Psiquê dormia, Cupido entrou em seu quarto - mas perturbado com sua beleza não pode atingi-la, e acabou ferido pela ponta de uma de suas flechas. O tempo passou, as irmas de Psiquê se casavam e ela vivia solitária. Seus pais, preocupados, buscam providencias com o oráculo, que sentencia: a jovem esta destinada a viver com um monstro e deve ser deixada ao pé de uma colina.

Ela é levada por Zéfiro até um bosque exuberante e ali adormece. Ao acordar, Psiquê passeia e encontra uma fonte de águas cristalinas as bordas de um palácio de ouro. La dentro uma voz anônima dizia que esta era sua nova casa - ali ela era rainha. Em seus aposentos encontrou vestes finas e ricos objetos. Arrumou-se e foi até o salão principal. Esperava-a uma mesa farta de vinhos e iguarias maravilhosas. Ela se banqueteou sozinha.

De volta ao quarto, em total escuridão, Psiquê se deitou com o marido. Viveram uma noite de prazeres. Ela se apaixonou por ele mesmo sem conhecer suas formas. Meses depois, pediu ao esposo que trouxesse suas irmãs - tinha saudades e queria que todos soubessem de sua felicidade. Trazidas por Zéfiro, suas irmãs - enciumadas - envenenam sua alma.

Elas a convencem a desvendar o mistério e atormentado, Psiquê se arma de uma faca e entra no quarto enquanto o marido dormia. Ele estava coberto por um tecido fino, e quando lhe retira o véu Psiquê se estarrece com sua beleza - era delicado como um anjo e tinha asas. Ela estremece e deixa cair da lamparina um pouco de óleo sobre o peito de Cupido. Ferido, o jovem Deus desperta indignado: havia sido traído. “Quem ama confia" - ele diz. Agora, Psiquê deveria voltar para sua família.

Inconformada, Psiquê passa a vagar sem sossego. Aconselhada pela deusa Ceres, desolada, ela procura Vénus para pedir perdão, mas a deusa está furiosa pela dor do filho. E diz que só a ouvirá depois que Psiquê separar todos os cereais desarrumados no celeiro.

É um trabalho impossível, e ela começa a chorar - mas Cupido envia ao celeiro todas as formigas do mundo para separar os grãos. A noite os cereais estão arrumados. Vênus então ordenou que Psiquê atravessasse o rio e lhe trouxesse a rara lã das ovelhas ferozes do vale. Ajudada por Rio-Deus, ela colhe apenas a lã deixada, pelas ovelhas, presa nos galhos.

Mas Vénus esta ainda furiosa - e ordena que Psiquê lhe traga a caixa da beleza de Prosérpina, que habita os internos. Psiquê se descia - mas uma voz a orienta, lhe indica caminhos e adverte: não deveria jamais abrir a caixa. Psiquê vence monstros, ilude deuses e consegue que Prosérpina lhe de a beleza que pede Vénus. Mas não vence a curiosidade e ao abrir a caixa, é coberta pelo sono da morte. Cupido a salva com uma de suas amorosas flechas - e a repreende mais uma vez. Depois, implora a Júpiter que transforme a amada em deusa - é a única maneira de Vénus deixa-la em paz. Cupido e Psiquê então se amaram ternamente. De seu amor nasceu uma filha - que se chamou Prazer.
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