Muitas vezes os golpes partem de quem você menos espera. A porrada é muito grande e não tem quem não sinta.
Quando mais você necessita de ajuda, muitas portas se fecham. São seres que se dizem cristãos mas se habituaram a praticar a desumanidade. Frequentam igreja, oram, fazem preces, mas o verdadeiro amor cristão não existe. Evangelizar, louvar, ir aos cultos, adentra templos, para quê ? Para enganar a si mesmo na esperança de estar enganando Deus? Que gente é esta que ao invés de unir, separa?
Vem o distanciamento e com ele a ausência. Do nada brota o vil silêncio. Transborda a indiferença. A ingratidão, realmente é uma pantera... A ausência prolongada produz a desafeição, o descondicionamento emocional. Machuca, mas com o passar do tempo alivia e passa. Nada é permanente, só Deus.
Vem na cabeça mil e uma lembranças do bem que se fez e de nada adianta fazer alguém recordar seus momentos de aperto e dificuldade e da porta que você abriu e acolheu. Os benefícios - todos - serão esquecidos. Acolher é um verbo que invariavelmente fica no pretérito. A falta de reconhecimento faz parte do jogo do esquecimento conveniente, das racionalizações, das mentiras e manipulações.
O amor de Deus, tão invocado em momentos de extrema necessidade, é vão. Não existe. Tem gente que tem o coração de pedra e a mente vazia.
Esses golpes repentinos da vida servem como aprendizagem, como lição de vida. Um dia, as mesmas pessoas que viraram as costas e se foram, voltarão um dia. Se aproximarão. Vão proferir palavras, e palavras que nunca fala com o coração, já não merece crédito. Mas você é um verdadeiro cristão e sabe perdoar, mesmo sabendo dos golpes que levou, das dores e das amarguras que carregou sozinho.
Você perdoa, mas não esqueçe. Você olha nos olhos das pessoas falsas e parece que elas não compreendem que você sabe ler a alma humana, porque aprendeu a ser verdadeiramente humano. Conheceu a si mesmo. Mesmo assim você ama o próximo como a si mesmo, como quem toma uma bofetada e dá a outra face. Você é capaz de estender a mão a quem lhe apunhalou, a quem lhe deixou quando imaginou que o barco iria naufragar. São como os ratos que habitam os porões dos navios.
O importante é estar vivo, em todos os sentidos, e sabe que quem rasteija é cobra e Deus não dá asa a cobra, embora o demônio tenha dado o veneno.
É fácil desculpar-se, pedir que o outro se modifique, enquanto dentro de se próprio nada muda. Vai ser sempre assim...
Do outro lado da ponte chamada "longe demais", existe uma outra família e, talvez fosse o correto, o mais razoável, atravessar a ponte como quem atravessa o Rubicão.
Que siga no barco de Caronte e encontre o seu definitivo lar.
Não, não é isso que desejo, existe a possibilidade de alguém se converter, mas, infelizmente, tem gente que nasceu para ser maligno(a), pegajoso(a), traiçoiero(a), astucioso(a)... Irão lhe furtar a paz e lhe tirar a serenidade e tudo mais, de bens materias que puderem levar.
Vai, segue seu caminho, que é de luz e faz aquilo que Deus ordenar. Que não se cumpra a sua vontade, mas a vontade do poder maior que habita em nós.
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